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Channel: Gisele Meter – Debates Culturais
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Problemas não deveriam ter hashtag

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Reclamar nas redes sociais virou algo banal, mas será que esta é a coisa certa a fazer?

Problemas não deveriam ter hashtagDe uns tempos pra cá, virei especialista em redes sociais, basta ter um pouquinho de atenção para se descobrir muita coisa, e quando digo muita coisa, pode colocar isso em CAIXA ALTA porque é MUITA coisa mesmo. É fácil saber por exemplo, quem se separou, quem está infeliz com o emprego e quem anda de saco cheio da vida, está tudo lá na “timeline” a espera da curtida alheia.

É quase inacreditável pensar que as pessoas andam assim tão carentes a ponto de se colocarem vulneráveis, entupindo as redes sociais de tristezas, problemas e reclamações.

Não estou criticando a dor que cada um sente, mas a forma como se vive isso hoje em dia é no mínimo algo a se pensar. Há pouco tempo encontrei uma amiga e comentei algumas coisas das quais havia passado, espantada ela me falou: nossa, olhando em seu Facebook não dá nem pra dizer! É lógico que não dá pra dizer, tenho consciência de que ali é um espaço público, por ali estão pessoas com as mais variadas intenções que vão desde passar o tempo até saber mais sobre a vida alheia.

A filósofa Hannah Arendt fala que existem dois âmbitos nas esferas sociais, o público e o privado, sendo que a esfera privada é da ordem da necessidade e a esfera pública da ordem da liberdade, acredito que há uma confusão nisso por parte das pessoas, que justamente acabam se expondo demais achando que tem liberdade para isso, mas esquecem de que quanto mais falam de sua vida privada, mais vulneráveis ficam publicamente e isso não é bom pois falar demais, também é de certa forma perder a liberdade, basta lembrar que o peixe morre pela boca.

Se você não quer ter a sua vida julgada, avaliada ou analisada a primeira coisa que deve ter em mente é separar o que é publico do que é privado e isto inclui suas redes sociais, para isso vale a máxima: Nem tudo que eu posso eu devo.

E se ainda duvida do que falo, comece a analisar o perfil de pessoas que você admira, na certa pouco ou quase nada encontrará sobre seus problemas pessoais. Pessoas fortes consciente ou inconscientemente sabem que de nada adianta usar redes sociais como muro de lamentações porque isto só as deixa desnecessariamente vulneráveis e bem sabemos que quando não estamos bem, o que menos precisamos é de alguém para sorrir de nossos dissabores.

O melhor que você tem a fazer em momentos difíceis é compartilhar seus problemas sim, mas faça isso com pessoas que realmente tem importância em sua vida e que podem te ajudar de alguma maneira, mesmo que seja pelo conforto de uma boa conversa. O momento já é delicado o suficiente para que você tenha ainda mais problemas com algo que possa fugir de seu controle.

Como sempre digo, leve seus problemas no bolso e se for para falar, faça isso cara a cara, olho no olho, longe do julgamento de quem em nada te acrescenta, caso contrário, vale a pena deixá-los bem guardados.

E por fim, quando estiver passando por algum problema, lembre-se da música do compositor Paulo Vanzolini: Reconhece a queda e não desanima, levanta sacode a poeira e dá a volta por cima!

Mas faça isso sem hashtag e principalmente longe das redes sociais.

*Gisele Meter é psicóloga, pesquisadora, empresária e diretora executiva de recursos humanos. Pós graduanda em gestão estratégica de pessoas. Palestrante, coach, consultora estratégica em gestão de pessoas e gestão da mudança organizacional. Coautora do livro “Consultoria Empresarial – Métodos e Cases dos Campeões”. Embaixadora da Rede Mulher Empreendedora e colunista de carreira do Portal Tempo de Mulher. Idealizadora da metodologia LIFE – Liderança Feminina para atuação e desenvolvimento de Liderança Feminina estratégica no contexto organizacional. Colunista e Articulista. Idealizadora da Revista MulheRH (Revista social). Integrante do MEX/PR – Espaço Mulheres Executivas do Paraná. E-mail: contato@giselemeter.com.br www.giselemeter.com.br


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